Pós-Impressionismo
O Pós-impressionismo foi uma tendência nas artes que ocorreu na França no final do século XIX e início do XX.
Geralmente considera-se que o Pós-Impressionismo se inicia em 1886 – ano em que ocorre a última exposição impressionista – e continua até à primeira década do século XX, com o surgimento do Cubismo em 1907.
O termo “Pós-impressionismo” foi utilizado pela primeira vez pelo crítico de arte britânico Roger Eliot Fry (1866-1934), para designar as obras expostas na Grafton Galleries, em Londres, em 1910. A exposição incluía pinturas de Paul Cézanne, Vincent Van Gogh e Paul Gauguin. Ao lado do pintor francês Georges Seraut, eles foram os mais importantes representantes dessa nova tendência.
O Pós-Impressionismo marca uma espécie de transição entre o Impressionismo e os movimentos de vanguarda do Expressionismo. Este movimento apresentou muita heterogeneidade, uma vez que seus artistas não compartilhavam a mesma opinião estética, apenas a crítica ao Impressionismo. No entanto, não houve uma forte rutura com este movimento.
Neste sentido, a sua principal diferença – quando comparado ao Impressionismo – é a rejeição da limitação da pintura à representação naturalística da luz e da cor. Ao invés, há uma tendência para a ênfase na forma geométrica e no simbolismo e a forma distorcida para efeito expressivo. Caracteriza-se também pelo uso pouco natural ou modificado da cor; enquanto no Impressionismo se prestigiavam questões como a luz natural e a pintura ao ar livre. O Pós-impressionismo trouxe um olhar mais expressivo e emocional, sendo influenciado pelos acontecimentos sociais e políticos, vistos como temas fundamentais da sociedade, nos quais esta corrente artística se foca.
Evidencia-se a expressão dos sentimentos mais profundos como o medo, a miséria humana, o ciúme. Os temas passam a ser da vida quotidiana, com a maior referência ao indivíduo do que à Natureza. As pinceladas rápidas e o uso das cores vivas apresentam um aspeto diferenciado que contribuem para uma maior subjetividade das obras. São particularidades desta corrente artística o subjetivismo, a liberdade cromática e a bidimensionalidade em detrimento da perspetiva.
Ao longo deste período artístico, os pintores continuam a representar flores nas suas pinturas. À semelhança dos impressionistas, tanto representam as flores em jarras dentro de casa, como em cenas da Natureza. Um excelente exemplo são as pinturas de Van Gogh, que representa as flores nestes dois ambientes. Em ambos os casos as flores servem como o foco principal da pintura, demonstrando o interesse em representar objectos do quotidiano como estudo estilizados de cor.
A curta vida do artista foi trágica, sofrendo de graves problemas de saúde mental. Van Gogh apenas vendeu um único quadro em vida (pintou quase 1000 obras), tendo-se suicidado com apenas 37 anos. Apesar de mal compreendido em vida, a pintura revolucionária de Van Gogh é uma das maiores influências nos artistas que lhe seguiram, até aos dias de hoje. Pessoalmente é um dos meus pintores favoritos, acho as suas pinturas extremamente comoventes, demonstrando uma sensibilidade e uma visão do mundo e da natureza fora do comum.
A par de Van Gogh, os grandes nomes desta corrente artística são Paul Gauguin e Paul Cézanne.
Paul Cézanne é considerado o pintor mais influente do século XX. O seu propósito era criar “harmonia em paralelo com a natureza”, usando pinceladas em ângulos e justaposição de cores. Acreditava que às pinturas impressionistas faltava estrutura e que estes pintores simplesmente capturavam a “sensação” ou aparência superficial do objecto. Pintores como Monet, Picasso, Edgar Degas, Pierre-Auguste Renoir, Paul Gauguin, Paul Klee e Henri Matisse reconhecem Cézanne como um génio e o melhor de todos os pintores.
Paul Gauguin foi um artista revolucionário no contexto do Pós-impressionismo, produzindo obras desafiadoras e inovadoras que, combinadas com sua vida pessoal intensa e fascinante, fazem dele uma figura incontornável neste período.
Gauguin desenvolveu estilos de representação simbólica da natureza onde são utilizadas formas simplificadas e grandes campos de cores vivas. A sua pintura é caracterizada pela representação alegórica da Natureza, decorativa e sugestiva e pelas formas dimensionais, estilizadas, sintéticas e estáticas.
Gauguin é considerado um precursor do modernismo. A sua abordagem inovadora no uso de cores e formas influenciou muitos artistas, incluindo Pablo Picasso e Henri Matisse.
No próximo artigo vamos explorar os movimentos vanguardistas do início do século XX, ricos em diversidade de estilos e que irão mudar o panorama da pintura ocidental para sempre! Não percas!
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